domingo, 28 de dezembro de 2008

A Todos Um Bom Natal

A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Que seja um Bom Natal, para todos vós

No Natal pela manhã
Ouvem-se os sinos tocar
E há uma grande alegria, no ar

Nesta manhã de Natal
Há em todos os países
Muitos milhões de meninos, felizes

Vão aos saltos pela casa
Descalças ou com chinelos
Procurar suas prendas, tão belas

Depois há danças de roda
As crianças dão as mãos
No Natal todos se sentem irmãos

Se isto fosse verdade
Para todos os Meninos
Era bom ouvir os sinos tocar.

Os meus votos de que o espírito de solidariedade, fraternidade, partilha de afectos em familia e entre-ajuda não morra após o Natal e se perpetue nos 365 dias de 2009.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008


Pelo menos na solidão tudo nos é permitido.
Podemos voar livremente pelo nevoeiro do pensamento sem que o sol tenha força para se mostrar, podemos pairar e deixar-nos flutuar por um céu radioso no qual as nuvens não conseguem emergir, podemos penetrar por uma chuva densa e forte e por um vento soprando em rajadas mas que é incapaz de nos derrubar.
Podemos caminhar por uma praia deserta e sentir a areia molhada refrescar-nos os pés, penetrar pelas ondas, mar dentro e nadar até mais não poder, no mar dos pensamentos frios, tempestuosos e agitados.
Na solidão tudo é permitido: rir, aplaudir, amargar, sofrer e chorar…
Na minha solidão sinto a mágoa de me sentir diferente, isolada, triste, incompreendida por uma sociedade desumanizada, com valores sociais ignóbeis, dementes, materialistas, com os quais eu não me identifico e que não partilho e por isso na minha solidão me sinto tão SÒ.
Solidão, companheira de tantas páginas da vida…

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008




Sim, eu sei…
Sim eu sei, vou ter que ir
Sim eu sei, o pior passou
Sim eu sei, o tempo me ajuda
Só não sei para onde vou

Sim eu sei, não há escolha
Sim eu sei, já estou em paz
Sim eu sei, posso sonhar de novo
Só não sei o que o futuro me traz

Sim eu sei, há que ir em frente
Sim eu sei, há que acreditar
Sim eu sei, posso viver
Só sei que me vou deixar levar.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Desacreditar


É o negar uma possível verdade
Que tem sabor de uma possível mentira
Na incerteza de uma vã realidade
Que tudo nos dá, e que tudo nos tira


Persiste em mim a incerteza cruel
Que ameça indefenidamente o meu viver
Mesmo sabendo que é o princípio da incerteza
Que comanda o ser humano desde o acto de nascer


E o desconforto desta incerteza
Que é construída pela minha razão
Vai-me sugando a pouco e pouco
A esperança gerada no meu coração






















sábado, 18 de outubro de 2008

Nada como olhar o mar…


As sensações que o mar sempre nos transmite dilatam-se exponencialmente quando estamos ou vivemos na solidão. A solidão é um péssimo lugar para se viver, degrada-nos… mas ao olhar o mar eu percebi que não vivo na solidão, apenas estou na solidão e estar nesse estado de alma a olhar o mar é fascinante.
É fascinante porque é como se apenas existisse naquele momento: Eu, o mar, o céu e os pensamentos. Apenas estes elementos, mais nada nem ninguém. O mundo gira á minha volta, pessoas, factos, ocorrências… mas eu não estou lá, estou demasiado envolvida no meu mar, céu e pensamentos. Sendo o pensamento um processo mental
que permite aos seres humanos modelarem o mundo e com isso lidarem com ele de uma forma efectiva e de acordo com suas metas e planos, o meu pensamento nesse momento moldava o meu mundo e por ele corriam velozmente todos os meus desejos e anseios, as minhas angústias e dores, os meus pesadelos e contentamentos…
Se o pensamento é considerado a expressão mais "palpável" do
espírito humano, pois através de imagens e ideias revela justamente a vontade deste, então o meu exprimia nesse momento uma grande vontade de aprender a lidar com esta angústia que me assola e vontade de ser atingida por uma bala de esperança com a seguinte mensagem: “Edite, a VIDA demora, mas vale a pena”.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A vida não pára…


















Não pára quando estás amargurado e melancólico e sentes que precisas de tempo. Tempo para folhear as páginas do teu diário, tempo para descobrir o erro cometido e para que possas corrigi-lo e continuar com a certeza de que pelo menos esse equívoco tu já descobriste, solucionaste e tudo farás para não voltar a cometê-lo...
Não pára quando tudo parece perdido, ou quando sentes que vais perder algo ou alguém que amas profundamente e que precisas manter na tua vida, para que ela continue a fazer sentido para ti…
Não pára quando estás alegre e esfusiante de felicidade ou prazer e desejas que tudo pare e que aquele momento se perpetue mais e mais…
E chega a ser tão surpreendente o facto de, mesmo sabendo que a vida não pára, no dia-a-dia ela continuar a ser vivida por nós como se fossemos eternos, imortais, inextinguíveis…
A vida é hoje, agora, aqui e já, com ou sem, porém vivendo e usufruindo porque…
A vida não pára...

domingo, 31 de agosto de 2008

A dúvida instalada...


Perde-se vida a tentar mudar-lhe o rumo
Chora-se uma existência pesada
Muda-se tudo e sorrimos à paz
Muda-se o ser, a atitude, o que se faz
E a dúvida está instalada:
Estarei a matar a sede com água salgada?
31/Agosto/2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Para a vida

Enquanto os barcos sobem o rio e a Norah Jones namora comigo no prato do cd, apetece-me escrever sobre namorar. No mês de S. Valentim, olho à minha volta e tento contar os pares de namorados que conheço. A mão direita talvez chegue; o resto, são histórias, casos, encontros, desencontros, empurrões, equívocos, enganos, esquemas, casos mal resolvidos. Parece-me que anda quase toda a gente em trânsito, com muita pressa e pouco norteio, e um bocadinho ao lado daquilo com que sonhou. Mulheres e homens hasteando bandeiras de orgulhosa mas involuntária solidão, meninas mimadas à espera de encontrar o Príncipe Encantado no primeiro par de calças que com elas se cruza e rapazes que não querem crescer, mesmo depois dos quarenta, desejando secretamente que a sua princesa – que eles querem mesmo que exista – demore só mais uns meses a aparecer. E depois há os outros, os que acreditam numa relação e decidem investir nela.
Entre os pares de namorados que conheço, alguns estão casados há mais de 40 anos, outros têm menos de 25 anos e não têm planos de casamento, mas há uma coisa que o une: a vontade de estar com alguém senão para a vida, pelo menos na vida, já que viver só é coisa de bicho e mesmo assim, são poucos os que assim vivem.
Estes pares de namorados conjugam os verbos estar, partilhar e viver sem pensar no que isso implica. A explicação é simples: mais ou menos carentes, mais ou menos afectivas, são pessoas sem medo de dar amor, mesmo sabendo que nada é seguro e fiável, que nada é para a vida, a não ser a morte. E namorar é isto mesmo, viver a dois.
Dá muito trabalho viver a dois, mesmo que não se viva debaixo do mesmo tecto. É como se a nossa vida deixasse de ser completamente nossa; há outro, uma outra pessoa que também a vive connosco, que faz parte dela. Uma pessoa que cuida de nós e de quem precisamos de cuidar. Alguém que, antes de nós, já viveu uma vida inteira, já amou outras pessoas e já lambeu as feridas. Alguém que é um conjunto intrigante e complexo de defeitos, qualidades e experiências, alguém único e difícil de entender, tal como nós. Mas, acima de tudo trata-se de alguém que gosta de nós. E que gosta tanto que é connosco que quer partilhar a vida.
Parece simples, mas deve ser a coisa mais complicada do mundo. Mas então porque é que as relações são cada vez mais fugazes e difíceis de manter? Será que natureza humana afinal é mesmo polgâmica, apesar de todas as ditaduras da religião? Ou será que, estando a espécie tão protegida, nós, humanos seguros e individualistas, estamos a perder o instinto gregário? Afinal, porque é que é tão difícil estabelecer relações duradouras?
Eu tenho uma teoria, coisas de escritora: eu acho que as pessoas não estão para se chatear. Que o novo é irresistível, e há sempre pessoas novas e não tem piada nenhuma resistir-lhes. O zapping não é só um vício de quem passa horas sentado em frente à televisão a vegetar, também pode ser um modo de vida. E como o homem é um animal de hábitos, as pessoas habituaram-se a viver assim. Mesmo que isso represente andar a brincar aos namorados, aos casados, aos pais e às mães dos filhos dos outros, mesmo que assim o preço da solidão adiada, se pegue com uma factura maior.
Dá muito mais trabalho namorar. Mas também dá muito mais gozo. Como diz o Mick no filme Monstros & Companhia, sou tão romântico que me podia casar comigo mesmo. Eu também podia, mas era uma grande chatice. Prefiro procurar no outro as diferenças que nos unem. Prefiro investir, programas viagens com meses de antecedência, sonhar casas em terrenos baldios, dar a mão, oferecer músicas e palavras, dormir agarrada e acordar com o mais belo sorriso do mundo ao lado como meu despertador particular. Prefiro conjugar os verbos estar, partilhar e viver, sem pensar no que isso implica. Viver um dia atrás do outro, de vez em quando pensar no futuro, de vez em quando ter saudades do passado, mas não perder o fio dos dias, a paz construída que me dá serenidade e segurança. Não vale isso muito mais do que andar aos tiros para o ar, numa de tentativa e erro, a cansar o corpo e coração, em guerras de amor?
Margarida Rebelo Pinto

Adoro o estilo de escrita da Margarida e as sensações que nos transmite através das suas palavras. Ela tem um encanto muito particular na forma como transmite sentimentos e estados de alma com os quais me identifico muito. Neste momento da minha vida também eu prefiro viver um dia atrás do outro, aproveitar a felicidade do momento sem me preocupar com as repercussões que a mesma pode acarretar para o meu futuro! Esquece consciência, esquece porque desta vez não vais conseguir demover-me de seguir esta via porque foste tu, consciência, que me fizeste seguir uma via que apenas me trouxe tristeza, dor e sofrimento por isso agora... é melhores desistires porque desta vez não me deixarei impressionar pelas tuas manobras intimidatórias...

terça-feira, 22 de julho de 2008

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Asas para voar em liberdade...


Como um pássaro que vai

Quando uma porta se abre

Não olhes para trás e vai depressa

Como a noite quando cai

Abraçando a cidade

Deixa simplesmente que aconteça

Abre as asas e vai

Das tuas asas as minhas também

Abre as asas, eu fico bem

Como um barco que se afasta

De uma das margens do rio

Não há um só lado na vida

Quando um beijo já basta

Corpo quente em corpo frio

Deixa que aconteça a despedida

Abre as asas e vai

Das tuas asas as minhas também

Abre as asas , eu fico bem

E que a despedida

Seja só o recomeço

Livre asa solta

Voa alto, eu não te esqueço

Abre as asas e vai

Das tuas asas as minhas também

Abre as asas , eu fico bem